Proibido por lei em mais de 30 países, inclusive no Brasil, o aborto é visto por muitos como um crime brutal, sem direito à defesa, contra uma vida inocente. Morre o feto e, não raras vezes, a mãe. Apenas em 2007, a média diária de abortos no Brasil, foi de 686 casos, sendo este índice mais agressivo na região Nordeste. Mulheres pobres, jovens, sem muita instrução, são as principais vítimas.
Pesquisas divulgadas, no ano passado, indicam que 51% dos brasileiros não concordam – em nenhuma hipótese – com o aborto. No entanto, esta mesma pesquisa informa que aqueles que não estão ligados a nenhuma religião, são os que, em maior número – 69% – são fortemente contra a legalização do aborto no país.
O catolicismo condena o aborto, em qualquer estágio, desde o século IV e não dá nenhum indício que aponte uma mudança de opinião futura. Os evangélicos e demais religiões, em certos momentos, demonstram maior flexibilidade acerca do tema, mas em sua maioria também não se agradam com a situação.
O Projeto de Lei 1.135/91, que prevê a descriminalização do aborto no Brasil, tem gerado polêmica. A falta de planejamento e os abortos feitos de forma irregular – e insegura, aumentam o índice de mortalidade das mães. Por conta disto o tema traz à tona uma enorme polêmica.
Não seria melhor investir em campanhas educacionais, de planejamento familiar – se necessário até mudar a forma e ser mais agressivo – a ter que legalizar um assassinato?
Assassinato sim, já que em todo o mundo, pesquisadores concordam que a partir do momento da concepção já existe vida. A própria Bíblia Sagrada contém uma passagem que se refere ao ser humano a partir de sua concepção: “De fato, tenho sido mau desde que nasci; tenho sido pecador desde o dia em que fui concebido” (Sl 51.5).
Autoridades continuam discutindo o tema e até o momento não ouve resolução para a questão. Enquanto isso as mulheres brasileiras, continuam – de forma precária, absurda e cruel – se deixando levar por falsos médicos, curandeiros e clínicas de péssima qualidade. Engravidam e tiram, engravidam e tiram, engravidam e tiram. Até o dia que um desses médicos lhe tirar a vida. E aí? De quem será a responsabilidade?
Apenas com penalidades mais drásticas, o índice de mortes de gestantes, por conta de abortos mal feitos, será reduzido. Com a descriminalização a tendência é que mais mulheres façam aborto e, apesar de contar com apoio médico especializado, o risco de morte continuará existindo.
Oi July. Muito bom esse seu texto: “Morte Inocente”. Vejo que com ele você pode englobar vários públicos, porque foram expostas questões científicas, dados e argumentos de igrejas cristãs. (católica e protestante). Muito bom. Parabéns!